A cultura Olmeca: El Salvador, Honduras, Nicarágua, Guatemala e Costa Rica - um passado em comum
Os Olmecas são considerados a primeira civilização organizada em sociedade na Meso-América, área que abrange, hoje, o sul do México, os territórios da Guatemala, El Salvador e Belize, e as porções ocidentais da Nicarágua, Honduras e Costa Rica.
Posteriormente, no mesmo local onde os Olmecas prosperaram, apareceram outras quatro civilizações: Teotihuacan, Toltecas, Zapotecas e Maias. Por isso, ela é considerada a “mãe” das outras civilizações, influenciando as culturas posteriores em diversas áreas, como na religião, na escrita e na construção de pirâmides e templos, por exemplo.
A cultura Olmeca é caracterizada essencialmente por suas esculturas (que estão entre as mais antigas e perfeitas expressões monumentais da arte pré-colombiana), feitas a partir de enormes blocos de basalto arduamente extraídos das pedreiras e polidos sem o auxílio de qualquer instrumento metálico, pois os povos meso-americanos jamais ultrapassaram o estágio “Neolítico”. Da arte Olmeca também fizeram parte as estatuetas em pedras - jade, jadeía, serpentina e dorita -, além das primeiras estatuetas ocas em terracota. Essas produções artísticas tinham forte conteúdo esotérico e implicações sócio-políticas.
Há indícios de que os Olmecas conheciam a escrita, os números e o calendário, a que os Maias deram continuidade posteriormente. A evidência de um sistema de escrita baseia-se apenas no texto do bloco de Cascajal. Descoberto na década de 1990, o bloco apresenta um total de 62 glifos aparentemente organizados em linhas horizontais, enquanto todos os outros sistemas de escrita da Meso-américa usam tipicamente linhas verticais.
Baseados no passado histórico podemos melhor analisar a criação e o desenvolvimento do Mercado Comum Centro-Americano (MCCA) - bloco econômico criado em 1960 do qual fazem parte Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, e Nicarágua. Estes países compartilham da mesma cultura pré-colombiana e até hoje têm características econômicas, culturais e sociais muito parecidas, aliás foram esses pontos em comum que impulsionaram a possibilidade de criar um bloco econômico na região.
Porém, apesar de tantas afinidades, os problemas e as divergências foram crescendo e se sobrepondo ao passado comum, desencadeando inúmeros conflitos, baseados, principalmente, na disputa territorial e na demarcação de fronteiras. Essas divergências acabaram desencadeando um nacionalismo, muitas vezes exacerbado e até mesmo uma xenofobia entre povos que, um dia, já sonharam em se unir para a formação de um único território.
O bloco MCCA trouxe avanços consideráveis em termos de expansão dos fluxos comerciais na região na década de 60, ao menos até o conflito entre Honduras e El Salvador (Guerra do Futebol, em 1969, que durou 4 dias). A partir de então, Honduras impôs um embargo comercial contra El Salvador (que foi suspenso em 1982) e passou a conduzir negociações bilaterais com outros países, e a Costa Rica passou a cobrar impostos sobre as importações dos outros países do MCCA, o que contribuiu para o retrocesso do processo de integração comercial.
O sucesso inicial do MCCA se mostrou uma ilusão aritmética. Devido ao fato das relações econômicas intra-regionais serem praticamente inexistentes antes do tratado, é natural que as taxas de crescimento iniciais de comércio e investimento parecessem realmente altas. No entanto, após alguns anos, esse processo de crescimento perdeu força e não logrou reduzir a dependência em relação às exportações tradicionais, voltadas para o mercado externo. Apesar do avanço recente do comércio intra-bloco, o fluxo comercial com os Estados Unidos continua preponderante, o que acaba por prejudicar o processo.
Percebemos que as fronteiras são mais maleáveis do que demonstra um mapa e que propagar um nacionalismo exacerbado só fomenta conflitos em regiões onde, teoricamente, existe uma integração apoiada no passado pré-colombiano, na arte e numa cultura comum. Regiões estas que possuem fatores para a constituição de uma integração forte e consequentemente contribuiria hoje para uma integração comercial e econômica eficiente.
Referências:
CARDOSO, Ciro F. S. América pré-colombiana. 3ª edição.São Paulo: Brasiliense, 1984.
<http://www.ancientamerica.org/library/media/HTML/d4y4d0rl/index.htm?n=0> Acesso em11/10/2008
< http://www.cultura.gov.br/blogs/diversidade_cultural/wp-content/uploads/2007/07/honduras-portugues.pdf>
Acesso em 11/10/2008
< http://www.publicacoes.inep.gov.br/arquivos/%7BE0DBD127-D367-4B5E-93E5-6F817D04F849%7D_miolo_lourenco_7.pdf>
Acesso em 11/10/2008
< http://www.ca.ufsc.br/ela/estagio/olmecas.rtf>
Acesso em 12/10/2008
< http://www.historiadomundo.com.br/olmeca/civilizacao-olmeca/>
Acesso em 12/10/2008
<http://br.geocities.com/neynardo/civilizacaoprecolombiana.html>
Acesso em: 11/10/2008
<http://www.gnosisonline.org/Antropologia/cabecas-olmecas-esculturas-reis.php>
Acesso em 14/10/2008
<www.portaldarte.com.br/arteprecolombiana.htm>
Acesso em 13/10/2008
<pt.wikipedia.org/wiki/Escrita_olmeca>
Acesso em 10/10/2008
< http://www.usp.br/prolam/downloads/2006_1_9.pdf>
Acesso em 12/10/2008
< http://www.pstu.org.br/cultura_materia.asp?id=3433&ida=0>
Acesso em 12/10/2008
segunda-feira, 30 de março de 2009
Guerra do Futebol
Guerra do Futebol – a construção da rivalidade entre Honduras e El Salvador
A rivalidade existente entre Honduras e El Salvador deriva de fatores ocorridos desde a independência dos países e perduram até os dias atuais. Entre os principais problemas que os países enfrentam, se destaca a questão fronteiriça, as relações comerciais pós - MCCA, a exacerbada concentração de renda de El Salvador, o processo de migração da população salvadorenha para Honduras e tem como ápice, as eliminatórias da Copa do Mundo de 1970, quando os dois países se enfrentam no campo e nas ruas.
Ambos os países se originaram da divisão do antigo Reino da Guatemala, área que hoje compreende a América Central, com esta divisão tem início as divergências entre os dois países. El Salvador se sente prejudicado com um território menor e, além disso, as fronteiras não foram bem definidas, o que ainda permanece na pauta de discussão dos países, com diversas tentativas, através de métodos pacíficos de solução de controvérsias, todas sem êxito. Com esta dificuldade fronteiriça, o fluxo de pessoas aumenta muito entre os países e esta migração ocorre muito fortemente da parte dos salvadorenhos, que vão para Honduras, um país que apesar de ser mais pobre, oferece alguma possibilidade de trabalho no campo e nos centros urbanos, já que em El Salvador há uma intensa desigualdade social.
As relações comerciais estabelecidas entre El Salvador e Honduras após a formação do Mercado Comum Centro-Americano (MCCA), também influenciou no atrito entre os dois países. O MCCA surgiu na tentativa de promover a paz na região da América Central, afetada por graves conflitos bélicos e de criar um mercado comum. Devido ao regime do MCCA de livre comércio, Honduras passa a importar muitos produtos de El Salvador, essa intensa relação comercial desperta a atenção dos hondurenhos, que percebem uma dependência de Honduras perante El Salvador.
A população hondurenha se tornava cada vez mais insatisfeita com essa situação. Via-se prejudicada com as relações comerciais após a consolidação do MCCA e percebia os salvadorenhos ocupando as vagas de trabalho tanto nas companhias norte-americanas estabelecidas em Honduras como na agricultura.
A rivalidade está então desenhada. Os hondurenhos atribuiam aos salvadorenhos a situação na qual se encontravam, de escassez de empregos, situação econômica ruim e o permanente impasse na definição das fronteiras entre os países. Somado a todos estes fatores, ainda existe a imprensa hondurenha, que tem um importante papel na efervescência dessa rivalidade, já que passa a manifestar-se contra os salvadorenhos, numa campanha chamada: anti-salvadorismo, dava manchetes de notícias como: “Temos mais salvadorenhos do que hondurenhos no país”.
É neste momento que ocorrem as partidas de futebol para as eliminatórias da Copa do Mundo de 1970. Quando a partida era em Salvador, os salvadorenhos hostilizavam a seleção hondurenha e vice-e-versa. Por conta dessas ações, cada seleção conseguiu vencer o jogo em que esteve em seu país, a justificativa é a de que a seleção visitante não pode descansar, ao menos dormir para jogar.
A população de Honduras acreditando que seus torcedores haviam sofrido um massacre em El Salvador inicia um movimento de violência contra os imigrantes salvadorenhos que ainda estavam em território hondurenho. Como resposta, a Assembléia Nacional de El Salvador prepara seus militares para invadir Honduras. Diante da influência da imprensa de ambos países em aumentar o conflito é difícil definir exatamente o que ocorreu naqueles dias e se os atos de violência tiveram realmente a proporção que foi noticiada.
A guerra durou quatro dias, ficou conhecida como a Guerra das 100 horas, ou a Guerra do Futebol. A OEA, que já estava planejando o cessar fogo vai para Honduras intervir e garantir a segurança dos salvadorenhos que habitavam o país vizinho. Honduras e El Salvador eliminam todas as relações comerciais. Na tentativa de solucionar o conflito, os países focam na delimitação das fronteiras, no entanto, como já foi exposto, a questão fronteiriça é apenas um item entre um conjunto de fatores que influenciou a construção de uma rivalidade entre as populações, tal rivalidade se “impregnou” na mentalidade dos dois povos e aumentou com o passar do tempo, eclodindo na guerra.
A guerra entre os países não foi ocasionada pelo futebol, os atos de violência ocorridos durante as partidas de futebol, foram a exarcebação de um sentimento já existente entre os hondurenhos e salvadorenhos, com a contribuição da imprensa em incitar a população e aumentar a tensão entre os países. Podemos dizer que uma seleção de futebol é objeto de identificação da população com sua pátria. Envolvidos pela euforia e patriotismo, os jogos de futebol entre as seleções despertaram a comoção nos dois países que expressaram nas seleções e seus torcedores, toda a rivalidade duradoura e clima de hostilidade que se arrastava há anos entre os países. As partidas foram a explosão do sentimento de rivalidade iniciado pouco depois da independência dos países e se tornou rivalidade cultural entre as populações.
Referências
< http://www.ca.ufsc.br/ela/setima/texto5.doc>
Acesso em 12/10/2008
<http://www.tempopresente.org/index.php?option=com_content&task=view&id=3117&Itemid=130>
Acesso em 11/10/2008
< http://impedimento.wordpress.com/2008/02/05/momo-na-banheira-a-guerra-do-futebol/>
Acesso em 13/10/2008
< http://scm.oas.org/doc_public/PORTUGUESE/HIST_07/CP17650P07.doc>
Acesso em 13/10/2008
<http://www.tempopresente.org/index.php?option=com_content&task=view&id=3117&Itemid=130>
Acesso em 12/10/2008
< http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/cgi->>bin/PRG_0599.EXE/3742_6.PDF?NrOcoSis=7146&CdLinPrg=pt>
Acesso em 13/10/2008
< http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/5000048892_02_cap_02.pdf>
Acesso em 14/10/2008
A rivalidade existente entre Honduras e El Salvador deriva de fatores ocorridos desde a independência dos países e perduram até os dias atuais. Entre os principais problemas que os países enfrentam, se destaca a questão fronteiriça, as relações comerciais pós - MCCA, a exacerbada concentração de renda de El Salvador, o processo de migração da população salvadorenha para Honduras e tem como ápice, as eliminatórias da Copa do Mundo de 1970, quando os dois países se enfrentam no campo e nas ruas.
Ambos os países se originaram da divisão do antigo Reino da Guatemala, área que hoje compreende a América Central, com esta divisão tem início as divergências entre os dois países. El Salvador se sente prejudicado com um território menor e, além disso, as fronteiras não foram bem definidas, o que ainda permanece na pauta de discussão dos países, com diversas tentativas, através de métodos pacíficos de solução de controvérsias, todas sem êxito. Com esta dificuldade fronteiriça, o fluxo de pessoas aumenta muito entre os países e esta migração ocorre muito fortemente da parte dos salvadorenhos, que vão para Honduras, um país que apesar de ser mais pobre, oferece alguma possibilidade de trabalho no campo e nos centros urbanos, já que em El Salvador há uma intensa desigualdade social.
As relações comerciais estabelecidas entre El Salvador e Honduras após a formação do Mercado Comum Centro-Americano (MCCA), também influenciou no atrito entre os dois países. O MCCA surgiu na tentativa de promover a paz na região da América Central, afetada por graves conflitos bélicos e de criar um mercado comum. Devido ao regime do MCCA de livre comércio, Honduras passa a importar muitos produtos de El Salvador, essa intensa relação comercial desperta a atenção dos hondurenhos, que percebem uma dependência de Honduras perante El Salvador.
A população hondurenha se tornava cada vez mais insatisfeita com essa situação. Via-se prejudicada com as relações comerciais após a consolidação do MCCA e percebia os salvadorenhos ocupando as vagas de trabalho tanto nas companhias norte-americanas estabelecidas em Honduras como na agricultura.
A rivalidade está então desenhada. Os hondurenhos atribuiam aos salvadorenhos a situação na qual se encontravam, de escassez de empregos, situação econômica ruim e o permanente impasse na definição das fronteiras entre os países. Somado a todos estes fatores, ainda existe a imprensa hondurenha, que tem um importante papel na efervescência dessa rivalidade, já que passa a manifestar-se contra os salvadorenhos, numa campanha chamada: anti-salvadorismo, dava manchetes de notícias como: “Temos mais salvadorenhos do que hondurenhos no país”.
É neste momento que ocorrem as partidas de futebol para as eliminatórias da Copa do Mundo de 1970. Quando a partida era em Salvador, os salvadorenhos hostilizavam a seleção hondurenha e vice-e-versa. Por conta dessas ações, cada seleção conseguiu vencer o jogo em que esteve em seu país, a justificativa é a de que a seleção visitante não pode descansar, ao menos dormir para jogar.
A população de Honduras acreditando que seus torcedores haviam sofrido um massacre em El Salvador inicia um movimento de violência contra os imigrantes salvadorenhos que ainda estavam em território hondurenho. Como resposta, a Assembléia Nacional de El Salvador prepara seus militares para invadir Honduras. Diante da influência da imprensa de ambos países em aumentar o conflito é difícil definir exatamente o que ocorreu naqueles dias e se os atos de violência tiveram realmente a proporção que foi noticiada.
A guerra durou quatro dias, ficou conhecida como a Guerra das 100 horas, ou a Guerra do Futebol. A OEA, que já estava planejando o cessar fogo vai para Honduras intervir e garantir a segurança dos salvadorenhos que habitavam o país vizinho. Honduras e El Salvador eliminam todas as relações comerciais. Na tentativa de solucionar o conflito, os países focam na delimitação das fronteiras, no entanto, como já foi exposto, a questão fronteiriça é apenas um item entre um conjunto de fatores que influenciou a construção de uma rivalidade entre as populações, tal rivalidade se “impregnou” na mentalidade dos dois povos e aumentou com o passar do tempo, eclodindo na guerra.
A guerra entre os países não foi ocasionada pelo futebol, os atos de violência ocorridos durante as partidas de futebol, foram a exarcebação de um sentimento já existente entre os hondurenhos e salvadorenhos, com a contribuição da imprensa em incitar a população e aumentar a tensão entre os países. Podemos dizer que uma seleção de futebol é objeto de identificação da população com sua pátria. Envolvidos pela euforia e patriotismo, os jogos de futebol entre as seleções despertaram a comoção nos dois países que expressaram nas seleções e seus torcedores, toda a rivalidade duradoura e clima de hostilidade que se arrastava há anos entre os países. As partidas foram a explosão do sentimento de rivalidade iniciado pouco depois da independência dos países e se tornou rivalidade cultural entre as populações.
Referências
< http://www.ca.ufsc.br/ela/setima/texto5.doc>
Acesso em 12/10/2008
<http://www.tempopresente.org/index.php?option=com_content&task=view&id=3117&Itemid=130>
Acesso em 11/10/2008
< http://impedimento.wordpress.com/2008/02/05/momo-na-banheira-a-guerra-do-futebol/>
Acesso em 13/10/2008
< http://scm.oas.org/doc_public/PORTUGUESE/HIST_07/CP17650P07.doc>
Acesso em 13/10/2008
<http://www.tempopresente.org/index.php?option=com_content&task=view&id=3117&Itemid=130>
Acesso em 12/10/2008
< http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/cgi->>bin/PRG_0599.EXE/3742_6.PDF?NrOcoSis=7146&CdLinPrg=pt>
Acesso em 13/10/2008
< http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/5000048892_02_cap_02.pdf>
Acesso em 14/10/2008
domingo, 1 de março de 2009
Artigo
Banco Interamericano de Desarrollo - BID
Departamento de Integración y Programas Regionales
Instituto para la Integración de América Latina y el Caribe - INTAL
La dimensión cultural, base para el desarrollo de América Latina y el Caribe: desde la solidaridad hacia la integración
Buenos Aires, 2000. 40 págs.
Documento de Divulgación 6.
Disponible en formato pdf en: http://www.iadb.org/intal ou e_INTAL_D...pdf
Departamento de Integración y Programas Regionales
Instituto para la Integración de América Latina y el Caribe - INTAL
La dimensión cultural, base para el desarrollo de América Latina y el Caribe: desde la solidaridad hacia la integración
Buenos Aires, 2000. 40 págs.
Documento de Divulgación 6.
Disponible en formato pdf en: http://www.iadb.org/intal ou e_INTAL_D...pdf
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