segunda-feira, 30 de março de 2009

A cultura Olmeca: um passado em comum

A cultura Olmeca: El Salvador, Honduras, Nicarágua, Guatemala e Costa Rica - um passado em comum
Os Olmecas são considerados a primeira civilização organizada em sociedade na Meso-América, área que abrange, hoje, o sul do México, os territórios da Guatemala, El Salvador e Belize, e as porções ocidentais da Nicarágua, Honduras e Costa Rica.
Posteriormente, no mesmo local onde os Olmecas prosperaram, apareceram outras quatro civilizações: Teotihuacan, Toltecas, Zapotecas e Maias. Por isso, ela é considerada a “mãe” das outras civilizações, influenciando as culturas posteriores em diversas áreas, como na religião, na escrita e na construção de pirâmides e templos, por exemplo.
A cultura Olmeca é caracterizada essencialmente por suas esculturas (que estão entre as mais antigas e perfeitas expressões monumentais da arte pré-colombiana), feitas a partir de enormes blocos de basalto arduamente extraídos das pedreiras e polidos sem o auxílio de qualquer instrumento metálico, pois os povos meso-americanos jamais ultrapassaram o estágio “Neolítico”. Da arte Olmeca também fizeram parte as estatuetas em pedras - jade, jadeía, serpentina e dorita -, além das primeiras estatuetas ocas em terracota. Essas produções artísticas tinham forte conteúdo esotérico e implicações sócio-políticas.
Há indícios de que os Olmecas conheciam a escrita, os números e o calendário, a que os Maias deram continuidade posteriormente. A evidência de um sistema de escrita baseia-se apenas no texto do bloco de Cascajal. Descoberto na década de 1990, o bloco apresenta um total de 62 glifos aparentemente organizados em linhas horizontais, enquanto todos os outros sistemas de escrita da Meso-américa usam tipicamente linhas verticais.
Baseados no passado histórico podemos melhor analisar a criação e o desenvolvimento do Mercado Comum Centro-Americano (MCCA) - bloco econômico criado em 1960 do qual fazem parte Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, e Nicarágua. Estes países compartilham da mesma cultura pré-colombiana e até hoje têm características econômicas, culturais e sociais muito parecidas, aliás foram esses pontos em comum que impulsionaram a possibilidade de criar um bloco econômico na região.
Porém, apesar de tantas afinidades, os problemas e as divergências foram crescendo e se sobrepondo ao passado comum, desencadeando inúmeros conflitos, baseados, principalmente, na disputa territorial e na demarcação de fronteiras. Essas divergências acabaram desencadeando um nacionalismo, muitas vezes exacerbado e até mesmo uma xenofobia entre povos que, um dia, já sonharam em se unir para a formação de um único território.
O bloco MCCA trouxe avanços consideráveis em termos de expansão dos fluxos comerciais na região na década de 60, ao menos até o conflito entre Honduras e El Salvador (Guerra do Futebol, em 1969, que durou 4 dias). A partir de então, Honduras impôs um embargo comercial contra El Salvador (que foi suspenso em 1982) e passou a conduzir negociações bilaterais com outros países, e a Costa Rica passou a cobrar impostos sobre as importações dos outros países do MCCA, o que contribuiu para o retrocesso do processo de integração comercial.
O sucesso inicial do MCCA se mostrou uma ilusão aritmética. Devido ao fato das relações econômicas intra-regionais serem praticamente inexistentes antes do tratado, é natural que as taxas de crescimento iniciais de comércio e investimento parecessem realmente altas. No entanto, após alguns anos, esse processo de crescimento perdeu força e não logrou reduzir a dependência em relação às exportações tradicionais, voltadas para o mercado externo. Apesar do avanço recente do comércio intra-bloco, o fluxo comercial com os Estados Unidos continua preponderante, o que acaba por prejudicar o processo.
Percebemos que as fronteiras são mais maleáveis do que demonstra um mapa e que propagar um nacionalismo exacerbado só fomenta conflitos em regiões onde, teoricamente, existe uma integração apoiada no passado pré-colombiano, na arte e numa cultura comum. Regiões estas que possuem fatores para a constituição de uma integração forte e consequentemente contribuiria hoje para uma integração comercial e econômica eficiente.

Referências:

CARDOSO, Ciro F. S. América pré-colombiana. 3ª edição.São Paulo: Brasiliense, 1984.
<http://www.ancientamerica.org/library/media/HTML/d4y4d0rl/index.htm?n=0> Acesso em11/10/2008
< http://www.cultura.gov.br/blogs/diversidade_cultural/wp-content/uploads/2007/07/honduras-portugues.pdf>
Acesso em 11/10/2008
< http://www.publicacoes.inep.gov.br/arquivos/%7BE0DBD127-D367-4B5E-93E5-6F817D04F849%7D_miolo_lourenco_7.pdf>
Acesso em 11/10/2008
< http://www.ca.ufsc.br/ela/estagio/olmecas.rtf>
Acesso em 12/10/2008
< http://www.historiadomundo.com.br/olmeca/civilizacao-olmeca/>
Acesso em 12/10/2008
<http://br.geocities.com/neynardo/civilizacaoprecolombiana.html>
Acesso em: 11/10/2008
<http://www.gnosisonline.org/Antropologia/cabecas-olmecas-esculturas-reis.php>
Acesso em 14/10/2008
<www.portaldarte.com.br/arteprecolombiana.htm>
Acesso em 13/10/2008
<pt.wikipedia.org/wiki/Escrita_olmeca>
Acesso em 10/10/2008
< http://www.usp.br/prolam/downloads/2006_1_9.pdf>
Acesso em 12/10/2008
< http://www.pstu.org.br/cultura_materia.asp?id=3433&ida=0>
Acesso em 12/10/2008

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